quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mau começo na Assembleia Municipal de Sintra

Tomaram hoje posse os novos órgãos municipais para o quadriénio 2009/2013.

Apesar do discurso “inclusivo” do Dr. Fernando Seara durante a campanha eleitoral, em que faça às dificuldades enormes que o concelho de Sintra atravessa, todos seriam necessários para ajudar, hoje assistiu-se a algo insólito na composição da Mesa da Assembleia Municipal: passou a ser composta apenas por elementos da Coligação Mais Sintra.

Como todos sabemos a condução dos trabalhos na Assembleia Municipal, compete à Mesa, que o deve fazer de acordo com o Regimento da Assembleia.

No entanto, muitas vezes surgem questões, em que a Mesa deve decidir de acordo a normalidade e pluralidade democráticas, que ficariam naturalmente mais garantidas, com uma mesa composta por elementos de mais do que uma força política.

Questionado sobre este assunto pelo Jornal Correio da Cidade, Ângelo Correia, afirmou “que esta não foi uma decisão sua, uma vez que propôs como vogais uma senhora da CDU e uma do Partido Socialista”

Se a Coligação Mais Sintra, já não aceita as "sugestões plurais" do reconduzido Presidente da Assembleia Municipal, que sinal pretende dar neste inicio de mandato?

Que interpreta a maioria absoluta, como uma autorização para dificultar o trabalho ao órgão com competência para fiscalizar o executivo municipal?

Que “a linha dura” da Coligação Mais Sintra impôs a sua vontade e novos episódios se sucederão?

Espero que as próximas reuniões da Assembleia Municipal desmintam estes legítimos receios.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As análises políticas de Marco Almeida

O Vereador Marco Almeida, publicou no seu blog, VIVER SINTRA, a sua análise sobre os resultados das últimas eleições autárquicas em Sintra.

A primeira parte do texto é dedicada à análise dos resultados propriamente ditos e como factos são factos, não vale a pena contrariar isto: a Coligação Mais Sintra Ganhou a Câmara Municipal de Sintra, com maioria absoluta, 13 Juntas de Freguesia e reforçou o número de eleitos para a Assembleia Municipal.

Mas julgo, que vale a pena dedicar alguma atenção, “às esferas de responsabilidade” em que de acordo com Marco Almeida, entroncou a vitória da Coligação Mais Sintra.

A primeira segundo o autor, reside no facto de “o prestígio público que (Fernando Seara) granjeou em outras actividades é agora superado pela aceitação e reconhecimento que Sintra lhe faz à capacidade de gestão”.

Ora isto é uma enorme falácia!

A vitória de Fernando Seara deve-se a algo, que se chama simpatia/empatia e boa imprensa.

Passo a explicar.

Fernando Seara nunca foi, nem vai ser, visto pelos Sintrenses (em primeira instancia) como Presidente de Câmara. Para a maioria dos Sintrenses, Fernando Seara é o benfiquista simpático que defende o seu clube nos debates televisivos e o marido da Jornalista da RTP, Judite de Sousa, ela própria tida como pessoa simpática e com boa imagem.

Antes de Presidente de Câmara, Fernando Seara, é como ele próprio diz “o careca do Benfica”. Ora esta imagem, de simpático/bonacheirão/mediático é aquela que os Sintrenses retêm, antes de qualquer outra e que serve para o avaliarem.

Todos sabíamos, incluindo o Vereador Marco Almeida, que é nisto, mais que em qualquer outra coisa (mesmo nas obras e na capacidade de gestão), que reside a avaliação dos cidadãos. O que conta é o grau de empatia que os eleitores têm com o candidato no momento da escolha.

O resultado não podia ser outro.

Durante estes oito anos, Fernando Seara, não teve contra si nenhum “movimento do caracol” - (amarrou o PCP nas empresas municipais) - que o desgastasse de forma regular e não teve que se cruzar na televisão com nenhum fadista, a “lançar lama” em todas as direcções em programas de entretenimento.

Sabedor, como ele próprio diz, que os “novos príncipes”, são os meios de comunicação social, Fernando Seara usa-os com hábil mestria, tendo-os usado para se insinuar junto das obras realizadas pela administração central.

Para Marco Almeida, a segunda esfera de responsabilidade advém do “trabalho conjunto que foi possível concretizar”, elencando aqui os serviços municipais, as associações e as juntas de freguesia.

Naturalmente que fica bem, num momento de vitória fazer referencia ao “colectivo”, para mais a um Vereador que tutela os Pelouros “operacionais” e com ligações às juntas de freguesia.

Está assim explicado, como é possível que num prazo de 15 dias os sintrenses confiram ao PS um resultado que sozinho supera a soma dos quatro partidos da coligação e depois atribuam uma maioria absoluta à Coligação Mais Sintra.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tomada de posse dos novos autarcas

A tomada de posse dos eleitos para o mandato 2009-2013, ocorrerá no próximo dia 29 de Outubro, pelas 17h00 no Auditório Jorge Sampaio, do Centro Cultural Olga Cadaval.
Nesse dia tomarão posse os eleitos para a Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Sintra.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Estados de espírito

Após a realização de eleições, é habitual encontrar entre os contendores estados de espírito muito distintos.

Talvez já não seja tão habitual e muito menos tão normal, encontrar entre os contendores da mesma facção estados de espírito diferentes. Mas que acontece, lá isso acontece!

Mas para todos, deixo aqui uma citação de Winston Churcill:

"A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas."

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Composição do próximo executivo da Câmara Municipal de Sintra

Coligação Mais Sintra:

Fernando Seara - Presidente
Marco Almeida
Ana Duarte
Lino Ramos
Luís Duque
Paula Simões

Partido Socialista:

Ana Gomes
Domingos Quintas
Ana Queiroz do Vale
Eduardo Quinta Nova

Coligação Democrática Unitária:

Baptista Alves


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Custos das campanhas

É prática corrente em Portugal, falar do financiamento dos partidos políticos e dos gastos com as campanhas eleitorais, quando a agenda política recomenda, quando o país apresenta sinais de crise, quando relatórios internacionais nos colocam em lugares pouco recomendáveis em questões de transparência, mas principalmente na proximidade dos actos eleitorais.

A prática diz-nos, que logo após as eleições, estas preocupações desaparecem e mais ninguém se questiona sobre quanto foi gasto nas campanhas, até porque existem entidades que fiscalizam as contas e hão-de a seu tempo pronunciar-se sobre isso e nós até temos mais que fazer.

Mas alguém sabe dizer qual foi o montante gasto, pelo Partido A ou B num qualquer acto eleitoral?

Não sabemos, porque logo que se apagam os holofotes da noite eleitoral, inicia-se um novo ciclo e como diz o ditado "o que passou, passou".

Vem isto a propósito, para registar de forma muito positiva a atitude da Candidata Ana Gomes, que num gesto invulgar e de enorme transparência, informou os Sintrenses que tinha gasto 165.000 € (ver declarações no Cidadania Queluz).

Este gesto não invalida, como é evidente, que as contas de campanha da candidata socialista sejam fiscalizadas como todas as outras.

Mas antes de correrem as cortinas e virarmos a atenção para outras coisas, todos ficámos a saber que a candidatura de Ana Gomes elegeu 4 mandatos para a Câmara Municipal, 12 para a Assembleia Municipal e gastou 165.000 €. Ponto final.

Apetece dizer, que nem sempre só dos vencedores reza a história.
Com esta atitude Ana Gomes, deu um exemplo de ética e sentido de responabilidade política, que devia fazer escola e passar a ser uma regra e não uma excepção nas noites eleitorais.


domingo, 18 de outubro de 2009

Para memória futura


Fernando Seara e a Coligação Mais Sintra, voltaram a apresentar um Programa Eleitoral (de tipo minimalista), talvez usando uma técnica de marketing, que recomenda o uso de textos pequenos, para que quem lê, retenha a informação com mais facilidade.

Assim, gostaríamos de forma (obrigatoriamente breve), enumerar os compromissos, que a Coligação Mais Sintra, apresentou aos Sintrenses:

1- Construção do Hospital de Sintra (numa parceria público/pública), entenda-se Administração Central/Câmara Municipal de Sintra;

2 - Resolução dos problemas do parque escolar (primeiro ciclo e pré-escolar), que de acordo com os dados dos candidatos, variam entre 250 e 600 salas de aula em falta;

3 - Prioridade à acção social.

A estes compromissos do tempo de campanha, acrescentam-se da pré-campanha, os seguintes:

4) Extensão do SATU até ao Cacém;

5) Transformar o IC-19 numa avenida urbana;

6) Concretização da Cidade do Cinema, entretanto rebaptizada Cidade da Imagem;

7) Pagar a obra de construção do Túnel sob a linha do comboio em Agualva-Cacém;

A estes, juntam-se para não desapareçam na "câmara da sublimação", ainda estes:

8) Enterramento das linhas de Muito Alta Tensão;

9) Construção das circulares nascente e ponte ao Cacém;

10) Construção de uma piscina por freguesia;


A bem de Sintra e dos Sintrenses, esperamos que estes compromissos, estejam concretizados dentro de 4 anos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O CDS e as vitórias do PSD


Das últimas eleições autárquicas, há a realçar ainda outra questão.

O CDS-PP assume uma importância cada vez maior nas vitórias do PSD.

Sempre que o PSD e CDS-PP concorrem juntos e se forma a chamada "Aliança Democrática - AD", o resultado é sempre maior que a soma dos dois Partidos individualmente.

Em alguns casos, como o de Sintra, o PSD jamais poderá ambicionar concorrer à Câmara sozinho.

Porque como facilmente se comprova, existe uma "maioria sociológica", que eleição após eleição, renova a confiança no Partido Socialista (não coligado), como o mais votado.

Foi o que aconteceu entre 1993 e 2001, tendo o PS ganho duas vezes, uma delas com maioria absoluta.

Esta realidade devia servir, para que alguns partidos de esquerda, percebam que urge fazer uma inflexão no seu modus operandi e questionarem-se se pretendem continuar a contribuir para manter a direita a governar a Câmara.

O exemplo de Almargem do Bispo


Os eleitores de Almargem do Bispo, demonstraram no passado Domingo, que ser mediático só por si não chega, se não se tiver "dedicação total".

A "arma secreta" de Fernando Seara para aquela freguesia, Marco Caneira, perdeu a Junta por 32 votos, mesmo assim, uma votação muito superior ao empenho e dedicação demonstradas pelo candidato nesta eleição.

Mas o que deve ser retido deste caso, que causou mal estar no PSD local, é a tentativa de reduzir os eleitores a uma massa acéfala, que fica embevecida pelo futebol e por aquilo e aqueles que rodeiam essa indústria.

Talvez haja ainda, muito eleitores deste tipo, mas o erro aqui, foi pensar que os "saloios de gema" colocam o futebol à frente do lugar onde vivem.

Fernando Seara tentou repetir a "dobradinha" que usou em 2001 na Câmara de Sintra. As propostas e as ideias vinham depois de se apresentar a ele (benfiquista) ou o Luís Duque (sportinguista) aos eleitores.

O erro foi pensar que os eleitores de Almargem do Bispo, sentem a sua freguesia com o mesmo distanciamento com que os eleitores de outras freguesias o fazem e que estariam por isso disponíveis para ter um Presidente de Junta, que despacharia a partir do Centro de Estágios de Alcochete.

Como se viu não estão.

Talvez a escolha de Marco Caneira, tenha cumprido um dos objectivos de Fernando Seara que era afastar o anterior Presidente da Junta.

Mas devia ter havido mais respeito pelo sentimento de pertença dos cidadãos de Almargem do Bispo.

Que sirva de exemplo, para que no futuro não se repitam escolhas do mesmo tipo.





quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nem tudo ficou na mesma

Caras e Caros Leitores,

Ao contrário do que foi dito e escrito durante esta semana, acerca das eleições realizadas no passado Domingo, sobre os resultados eleitorais, nem tudo ficou na mesma, apesar de parecer o contrário.

Senão vejamos:

É verdade que a "Coligação Mais Sintra" renovou a maioria absoluta e manteve o mesmo número de Juntas de Freguesia.

Mas na Coligação nada fica na mesma. A impossibilidade de Fernando Seara não se recandidatar, faz dele no interior da Coligação não um símbolo de futuro, mas a representação de um passado.

Em nada como na política é tanta a rapidez com que se perde a validade.

É por isso natural que a Coligação Mais Sintra, com as suas instabilidades e contradições internas, comece já a pensar num substituto para Fernando Seara.

Haverá políticos locais, que tentarão a sua sorte se saírem do próximo congresso do PSD em posição de disputar o lugar.

Mas o mais provável é que a necessidade de apresentar uma figura mediática, se venha a sobrepor a essas ambições.

O PS manteve o mesmo número de Vereadores e o mesmo número de Juntas de Freguesia e mais um deputado municipal.

Depois de proceder à reorganização interna que, vai ter que fazer nas eleições para os seus órgãos dirigentes a nível local, o PS Sintra, terá de encontrar uma figura com peso político e mediático que aproveite o capital de queixa que existe em Sintra e que Ana Gomes ilustrou, mas não traduziu em votos.

Os próximos quatro anos são vitais para o PCP.

A estratégia de cumplicidade e dormência, que o PCP adoptou perante a gestão Seara, apenas ditou um “bem remunerado” definhamento do Partido.

Não pensa já em conquistar qualquer Junta de Freguesia e na Assembleia Municipal pode ficar conhecido como o Partido do Táxi, com apenas quatro deputados.

O único Vereador que mantém, sucumbirá em 2013, porque as populações confundem-no como mais um a trabalhar para a Coligação Mais Sintra.

Ao Bloco de Esquerda está reservado o papel mais difícil, face às suas ambições.

Ao não ter eleito nenhum Vereador e ter perdido dois deputados municipais, o Bloco fica” sem voz” nos dois órgãos, pois as participações pontuais de Miguel Portas na Assembleia Municipal não permitem um trabalho de proximidade.

Assim, depois de 11 de Outubro, em Sintra acentuou-se a bipolarização entre a Coligação de Direita e o Partido Socialista.

Devemos por isso realçar, a clarividência de André Beja, que já percebeu que aos Partidos realmente de esquerda, compete realizar um trabalho de proximidade para contrariar a permanência da Coligação de Direita, na Câmara de Sintra.

Se o PCP não perceber esta realidade, acabará por ser vítima da sua erosão (lenta mas irreversível) e de fenómenos de voto útil, como aconteceu agora em Lisboa.