quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nem tudo ficou na mesma

Caras e Caros Leitores,

Ao contrário do que foi dito e escrito durante esta semana, acerca das eleições realizadas no passado Domingo, sobre os resultados eleitorais, nem tudo ficou na mesma, apesar de parecer o contrário.

Senão vejamos:

É verdade que a "Coligação Mais Sintra" renovou a maioria absoluta e manteve o mesmo número de Juntas de Freguesia.

Mas na Coligação nada fica na mesma. A impossibilidade de Fernando Seara não se recandidatar, faz dele no interior da Coligação não um símbolo de futuro, mas a representação de um passado.

Em nada como na política é tanta a rapidez com que se perde a validade.

É por isso natural que a Coligação Mais Sintra, com as suas instabilidades e contradições internas, comece já a pensar num substituto para Fernando Seara.

Haverá políticos locais, que tentarão a sua sorte se saírem do próximo congresso do PSD em posição de disputar o lugar.

Mas o mais provável é que a necessidade de apresentar uma figura mediática, se venha a sobrepor a essas ambições.

O PS manteve o mesmo número de Vereadores e o mesmo número de Juntas de Freguesia e mais um deputado municipal.

Depois de proceder à reorganização interna que, vai ter que fazer nas eleições para os seus órgãos dirigentes a nível local, o PS Sintra, terá de encontrar uma figura com peso político e mediático que aproveite o capital de queixa que existe em Sintra e que Ana Gomes ilustrou, mas não traduziu em votos.

Os próximos quatro anos são vitais para o PCP.

A estratégia de cumplicidade e dormência, que o PCP adoptou perante a gestão Seara, apenas ditou um “bem remunerado” definhamento do Partido.

Não pensa já em conquistar qualquer Junta de Freguesia e na Assembleia Municipal pode ficar conhecido como o Partido do Táxi, com apenas quatro deputados.

O único Vereador que mantém, sucumbirá em 2013, porque as populações confundem-no como mais um a trabalhar para a Coligação Mais Sintra.

Ao Bloco de Esquerda está reservado o papel mais difícil, face às suas ambições.

Ao não ter eleito nenhum Vereador e ter perdido dois deputados municipais, o Bloco fica” sem voz” nos dois órgãos, pois as participações pontuais de Miguel Portas na Assembleia Municipal não permitem um trabalho de proximidade.

Assim, depois de 11 de Outubro, em Sintra acentuou-se a bipolarização entre a Coligação de Direita e o Partido Socialista.

Devemos por isso realçar, a clarividência de André Beja, que já percebeu que aos Partidos realmente de esquerda, compete realizar um trabalho de proximidade para contrariar a permanência da Coligação de Direita, na Câmara de Sintra.

Se o PCP não perceber esta realidade, acabará por ser vítima da sua erosão (lenta mas irreversível) e de fenómenos de voto útil, como aconteceu agora em Lisboa.

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