É prática corrente em Portugal, falar do financiamento dos partidos políticos e dos gastos com as campanhas eleitorais, quando a agenda política recomenda, quando o país apresenta sinais de crise, quando relatórios internacionais nos colocam em lugares pouco recomendáveis em questões de transparência, mas principalmente na proximidade dos actos eleitorais.
A prática diz-nos, que logo após as eleições, estas preocupações desaparecem e mais ninguém se questiona sobre quanto foi gasto nas campanhas, até porque existem entidades que fiscalizam as contas e hão-de a seu tempo pronunciar-se sobre isso e nós até temos mais que fazer.
Mas alguém sabe dizer qual foi o montante gasto, pelo Partido A ou B num qualquer acto eleitoral?
Não sabemos, porque logo que se apagam os holofotes da noite eleitoral, inicia-se um novo ciclo e como diz o ditado "o que passou, passou".
Vem isto a propósito, para registar de forma muito positiva a atitude da Candidata Ana Gomes, que num gesto invulgar e de enorme transparência, informou os Sintrenses que tinha gasto 165.000 € (ver declarações no Cidadania Queluz).
Este gesto não invalida, como é evidente, que as contas de campanha da candidata socialista sejam fiscalizadas como todas as outras.
Mas antes de correrem as cortinas e virarmos a atenção para outras coisas, todos ficámos a saber que a candidatura de Ana Gomes elegeu 4 mandatos para a Câmara Municipal, 12 para a Assembleia Municipal e gastou 165.000 €. Ponto final.
Apetece dizer, que nem sempre só dos vencedores reza a história.
Com esta atitude Ana Gomes, deu um exemplo de ética e sentido de responabilidade política, que devia fazer escola e passar a ser uma regra e não uma excepção nas noites eleitorais.
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