terça-feira, 7 de setembro de 2010

Agualva rejeita unidade do Instituto da Droga


Executivo da Junta de Freguesia contesta construção de equipamento na Rua António Nunes Sequeira

A construção de um equipamento
de apoio a doentes toxicodependentes,
numa zona habitacional da freguesia
de Agualva, está amotivar alvoroço
entre os autarcas locais. O executivo
da Junta de Freguesia de Agualva
(JFA) já se pronunciou desfavoravelmente
à implantação do equipamento,
em construção na Rua António
Nunes Sequeira, 33-A, pela perturbação
que poderá provocar junto da população
local.

Com capacidade para dar resposta
a cerca de 500 utentes, o Centro
de Respostas Integradas de Sintra/
Lisboa Ocidental do Instituto da
Droga e Toxicodependência (IDT)
destina-se "a apoiar os indivíduos (e
suas famílias) com historiais de vida
ligados ao consumo de substâncias
psicoactivas lícitas (exemplo:
álcool) e ilícitas, aplicando as terapêuticas
mais adequadas de acordo
com o perfil de cada utente".
Os objectivos do equipamento, que
deverá estar funcional no segundo semestre
de 2011, constam de uma carta
remetida pela vereadora da Saúde
e Acção Social, Paula Simões, à JFA
em meados de Julho. A autarca considera
que este equipamento, que vai
contar com uma equipa de 40 profissionais,
"é uma mais-valia para a
promoção da saúde no concelho".
Em causa estão também os propósitos
da unidade de saúde de "desenvolver
projectos comunitários de
prevenção selectiva e indicada do
consumo de substâncias psicoactivas
junto de adolescentes e jovens
no sentido de evitar comportamentos
de risco que levem à dependência
patológica".

Paula Simões solicita à autarquia
local "a melhor colaboração no sentido
de, todos juntos, Câmara Municipal
e Junta de Freguesia, facilitarmos
todo o processo em ordem
à concretização deste importante
projecto". Mas, a solicitação da autarca
não mereceu o acolhimento do
executivo da JFA que, por unanimidade,
aprovou um parecer negativo à localização
do equipamento.

Emdocumento subscrito pelo presidente
da Junta de Freguesia, Rui
Castelhano, o executivo autárquico
começa por lamentar ter sido confrontado
com "factos, supostamente,
consumados", a construção do
equipamento "numa zona com carácter
profundamente habitacional".
A "profunda crítica" à forma
como o processo foi conduzido pela
Câmara de Sintra e pelo IDT é seguida
das razões que levam a autarquia a
expressar a sua oposição à construção
do equipamento. "O local é caracterizado
por uma dinâmica social típica
de bairro de vizinhança que será
negativamente afectada pelos
movimentos adicionais previstos,
ao nível da circulação viária e pedonal",
começa por referirRui Castelhano.
Mas, o autarca vai mais longe nas
suas críticas, ao aduzir que "a presença
constante de 500 antigos toxicodependentes
irá criar um ambiente
de receio e mau-estar na população
local" e poderá mesmo, reforça,
"aumentar a criminalidade no local".
Rui Castelhano acentua, ainda,
que o principal acesso àquele equipamento
serve também a Escola Secundária
de Ferreira Dias, "facto que
motiva apreensão pela segurança
das crianças e jovens, nomeadamente,
devido ao facto de serem
idades facilmente influenciáveis e
muito críticas para o seu desenvolvimento
social e pessoal". Atendendo
a estes factores, a JFA solicita "a
interrupção imediata" da construção
do equipamento. "Não é admissível
que numa freguesia com elevada
necessidade de equipamentos
sociais de primeira necessidade,
nomeadamente um centro de
saúde com condições e um centro
de dia, se opte por construir um
equipamento social com elevados
impactos secundários de cariz social",
conclui o executivo da JFA.

Fonte: Texto e Fotos Jornal da Região

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