O objetivo não é destruir o parque natural, mas sim preservar a natureza. Apesar da maquinaria pesada que leva tudo à sua passagem, a engenharia militar está na Serra de Sintra com retro escavadoras, bulldozers e camiões para preparar a mata para os incêndios.
O Exército aceitou o desafio da Autoridade Florestal Nacional, que em colaboração com as autarquias, está a abrir uma estrada com 12 quilómetros para acesso a viaturas dos bombeiros de combate aos fogos, em caso de incêndio florestal nesta zona protegida.
Estes trabalhos na floresta de Sintra permitem à força militar nacional, que será destacada para o Líbano no final do ano, treinar o seu “nível operacional num ambiente real, com uma mais valia para o país e para a sociedade”, explicou o segundo comandante do regimento de Engenharia 1, tenente coronel Vale do Couto.
A obra já realizada, cerca de quatro quilómetros, já permite chegar a zonas “inacessíveis até há bem pouco tempo”, merecendo mesmo um louvor do Comandante Operacional Municipal da Protecção Civil de Sintra, Pedro Nunes, que classifica o trabalho do Exército como “espetacular”.
O novo acesso começa junto ao Convento dos Capuchos, numa subida íngreme e só acessível de viatura todo o terreno. O que estava fechado com matos, acácias e silvas ficou um ‘estradão’ muito liso em terra batida, com a função de corta fogo e acesso a viaturas de emergência.
Uma máquina potente de rastos, com uma lâmina de cerca de quatro metros, vai na frente a desbravar e a empurrar tudo para o lado, seguindo atrás uma niveladora, máquina de seis rodas com uma pá móvel, que deixa tudo liso à sua passagem, na nova “quase auto estrada” do Parque Natural, graceja o sargento engenheiro que partirá para o Líbano.
Os camiões transportam depois o saibro, retirado de uma zona erma próxima e despejam as pedras - que misturadas com terra ficam completamente lisas com a passagem do cilindro. No final fica-se com uma quase auto estrada preparada para as “viaturas circularem quase a fundo e sem perderem tempo”, explicou o tenente coronel.
Vale do Couto explicou, durante a visita da agência Lusa às obras na serra, que este tipo de trabalho é muito gratificante em termos pessoais, pois “além de servir de treino aos militares, deixa uma marca” pessoal para o bem da sociedade.
O Exército já executou “cerca de 36 por cento da obra” de engenharia, sem descurar valetas, descarregadores ou mesmo manilhas de passagem de água por baixo da estrada.
“Já que se está a fazer, faz-se bem”, concluiu.
Fonte: Diário Digital/Lusa
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