Parques de Sintra adquire cerca de 150 hectares
Para reduzir os riscos de incêndio na área Património Mundial, a Parques de Sintra-Monte da Lua adquiriu cerca de 150 hectares da Tapada do Saldanha, que abrange uma área global de 400 hectares. Um investimento a rondar os 900 mil euros, revelou António Lamas ao JR, concretizado após a aquisição de outras propriedades em 2009, como a Tapada das Roças (43 hectares), Mata da Trindade (dois ha) e Tapada do ramalhão(4,3 ha). "Após as aquisições em 2009, apareceram vários vendedores da zona
da Tapada do Saldanha e, nas condições em que tínhamos adquirido as restantes propriedades,chegámos a acordo e comprámos entre 140 a 150 hectares", enuncia o presidente do conselho de administração da Parques de Sintra-Monte da Lua (PS-ML), sociedade de capitais públicos que gere os parques históricos da Paisagem Cultural
de Sintra.
A Tapada do Saldanha insere-se na zona de protecção da área classificada como Património da Humanidade, mas no estado em que se encontra, frisa António Lamas, não cumpre a missão de protecção. "Precisamos defender a zona de protecção do risco de incêndios e transformar aquela zona numa verdadeira zona de protecção", acentua o presidente da PS-ML, que lamenta "a devastação inacreditável" que caracteriza a Tapada do Saldanha. "Não é só o problema das plantas invasoras, é sobretudo o facto de terem sido cortadas madeiras sem critério".
A PS-ML está a arrancar com a intervenção na propriedade,mas adverte que,dado o estado de degradação do local, há trabalho para,pelo menos, "mais um ano".O objectivo é transformar aquela propriedade numa boa floresta, ou seja, passa pela concretização de "um plano de reflorestação e renaturalização".
Apesar de não constituir a missão principal da PS-ML, António Lamas não fecha a porta à aquisição de mais parcelas da Tapada do Saldanha. "Semais proprietários
de lotes quiserem vender, estamos disponíveis para isso", sublinha este
responsável. "É muito importante renaturalizar aquela zona que está devastadíssima",
reforça.
"A Tapada do Saldanha está, a pouco e pouco, a ser controlada da melhor maneira; no fundo, aglutinar coisas dispersas, porque aqueles lotes são pequenos, dois a três hectares, e aquilo não tinha futuro nenhum, nem capacidade de controle, se não houvesse alguma instituição catalisadora", acentua o presidente da PS-ML.
Mas, António Lamas adverte que a única motivação passa pela preservação da área
florestal e a defesa do Património Mundial. "O Estado não precisa de ser proprietário
da Serra de Sintra, mas, se durante dezenas de anos, não aconteceu nada e aquilo é o maior risco sobre a serra, é necessário fazer, rapidamente, qualquer coisa", sublinha o responsável da sociedade de capitais públicos que integra o Instituto de conservação da Natureza e da Biodiversidade (36%), Instituto dos Museus e Conservação (34%),Turismo de Portugal (15%) e Câmara de Sintra (15%).
Plano de gestão florestal
A Parques de Sintra-Monte da Lua teve em consulta pública, no período compreendido
entre os dias 2 e 23 deste mês, o Plano de Gestão Florestal das suas propriedades,
que totalizam cerca de 550 hectares.
O documento enuncia os objectivos da sociedade para as áreas sobre a sua gestão, inseridas no Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa.
Os objectivos da empresa são diversificados,"nomeadamente a consolidação dos investimentos florestais realizados nos últimos anos,controlo de espécies invasoras
lenhosas, preservação e aumento do património botânico dos parques" e "respeito pelos
princípios de sustentabilidade associados à gestão florestal".
As intenções relativas às parcelas adquiridas na área da Tapada do Saldanha,além da Tapada das Roças, constam de um aditamento ao plano, que deverá ser sujeito a posterior consulta pública.
Fonte: Texto e foto Jornal da Região
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