Obras. Os comerciantes da avenida dos Bons Amigos, em Agualva, estão revoltados com o início das obras de requalificação desta via, no início de Agosto.
“Há dois anos soube pelo jornal, e desta vez vi aparecerem aí das vedações. Podiam ter tido uma palavra para os comerciantes”,
reclama Emílio Rodrigues, da Croissanteria Bons Amigos.
A obra, queixa-se o comerciante, vai prejudicar o negócio, sobretudo devido
aos tapumes metálicos cobertos de rede verde que foram colocados no início da avenida. “Ficamos engavetados sem saber por quanto tempo, parece o muro entre a Palestina e Israel. Tira-nos tudo, a visibilidade, o estacionamento e a segurança. Vamos trabalhar pró boneco”, desabafa Emílio Rodrigues.
A requalificação desta via estruturante chegou a ser adjudicada em Outubro de 2008, mas a intervenção acabou por ser suspensa após protestos dos comerciantes que temiam uma “via rápida” no meio da cidade.
Desta vez, as obras vão “reperfilar e requalifi car” a avenida, com “a redefinição e delimitação dos lugares de estacionamento, a revisão da rede pluvial, a execução de novo pavimento betuminoso, e a criação de duas vias em cada sentido, com separador central”, informa a Câmara. A empreitada irá custar um milhão e cem mil euros e deverá ser executada em 10 meses.
A primeira fase irá abranger a zona entre o túnel e a Praceta da Fraternidade Universal. “Vai piorar o negócio, já mau, devido à quebra de 50% desde o início das obras da Refer”, queixa-se outro comerciante. Para Amadeu Fernandes, do Talho do Túnel, a solução deveria passar pela instalação de parquímetros. “Resolvia o estacionamento e dava rendimento à Câmara”, defende.
Da forma como está a ser feita, a intervenção piora a vida aos peões e agrava a insegurança, queixa-se quem lá trabalha. “A vedação vai esconder quem quiser partir uma montra, por exemplo. E as pessoas que já chocavam umas contra as outras no passeio, agora com menos de um metro, vão sofrer mais”, afirma o proprietário do talho,lamentado o facto da autarquia não ter sequer pensado nas cargas e descargas.
O arranque da obra em Agosto também apanhou de surpresa osautarcas socialistas, que esta quarta-feira visitaram o local. “Estamos indignados,tal como os comerciantes. Desta vez a Câmara deve ter pensado que estávamos todos de férias e avançou”, lamenta a deputada municipal Emília Infante. “Indigna-me que quem usa transportes públicos tenha cada vez mais difi culdade em chegar à estação.
E preocupa-me a situação das pessoas invisuais, por exemplo, que todos os dias encontram um espaço público diferente sem que ninguém se preocupe com elas”, acrescenta. Segundo o PS, “ninguém sabe qual é o projecto que está a ser executado, se é o de 2008, se é uma versão adaptada”,acrescenta Cristina Mesquita. Os socialistas garantem que são a favor da requalificação, “mas num processo que ouça as pessoas” e deixam críticas à Junta de Freguesia. “O presidente comprometeu-se a apresentar o projecto aos autarcas e aos comerciantes,
mas não respeitou esse compromisso”, reclama outro socialista, João Castanho, membro da Assembleia de Freguesia.
Em comunicado, a Câmara informa que “no último quarteirão da avenida, no sentido descendente, será criada uma via reservada a transportes públicos, permitindo o acesso mais rápido ao interface rodo-ferroviário de Agualva–Cacém”.
O anúncio esquece que a Câmara comprometeu-se em 2009 a instalar nesta avenida um corredor BUS com cerca de um quilómetro, uma medida acordada com a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo no âmbito do Plano para Melhoria
da Qualidade do Ar. ■ Luís Galrão
Texto e foto de Luís Galrão, publicado no Jornal Correio de Sintra de 5 de Agosto de 2010 http://www.correiodesintra.net/
“Há dois anos soube pelo jornal, e desta vez vi aparecerem aí das vedações. Podiam ter tido uma palavra para os comerciantes”,
reclama Emílio Rodrigues, da Croissanteria Bons Amigos.
A obra, queixa-se o comerciante, vai prejudicar o negócio, sobretudo devido
aos tapumes metálicos cobertos de rede verde que foram colocados no início da avenida. “Ficamos engavetados sem saber por quanto tempo, parece o muro entre a Palestina e Israel. Tira-nos tudo, a visibilidade, o estacionamento e a segurança. Vamos trabalhar pró boneco”, desabafa Emílio Rodrigues.
A requalificação desta via estruturante chegou a ser adjudicada em Outubro de 2008, mas a intervenção acabou por ser suspensa após protestos dos comerciantes que temiam uma “via rápida” no meio da cidade.
Desta vez, as obras vão “reperfilar e requalifi car” a avenida, com “a redefinição e delimitação dos lugares de estacionamento, a revisão da rede pluvial, a execução de novo pavimento betuminoso, e a criação de duas vias em cada sentido, com separador central”, informa a Câmara. A empreitada irá custar um milhão e cem mil euros e deverá ser executada em 10 meses.
A primeira fase irá abranger a zona entre o túnel e a Praceta da Fraternidade Universal. “Vai piorar o negócio, já mau, devido à quebra de 50% desde o início das obras da Refer”, queixa-se outro comerciante. Para Amadeu Fernandes, do Talho do Túnel, a solução deveria passar pela instalação de parquímetros. “Resolvia o estacionamento e dava rendimento à Câmara”, defende.
Da forma como está a ser feita, a intervenção piora a vida aos peões e agrava a insegurança, queixa-se quem lá trabalha. “A vedação vai esconder quem quiser partir uma montra, por exemplo. E as pessoas que já chocavam umas contra as outras no passeio, agora com menos de um metro, vão sofrer mais”, afirma o proprietário do talho,lamentado o facto da autarquia não ter sequer pensado nas cargas e descargas.
O arranque da obra em Agosto também apanhou de surpresa osautarcas socialistas, que esta quarta-feira visitaram o local. “Estamos indignados,tal como os comerciantes. Desta vez a Câmara deve ter pensado que estávamos todos de férias e avançou”, lamenta a deputada municipal Emília Infante. “Indigna-me que quem usa transportes públicos tenha cada vez mais difi culdade em chegar à estação.
E preocupa-me a situação das pessoas invisuais, por exemplo, que todos os dias encontram um espaço público diferente sem que ninguém se preocupe com elas”, acrescenta. Segundo o PS, “ninguém sabe qual é o projecto que está a ser executado, se é o de 2008, se é uma versão adaptada”,acrescenta Cristina Mesquita. Os socialistas garantem que são a favor da requalificação, “mas num processo que ouça as pessoas” e deixam críticas à Junta de Freguesia. “O presidente comprometeu-se a apresentar o projecto aos autarcas e aos comerciantes,
mas não respeitou esse compromisso”, reclama outro socialista, João Castanho, membro da Assembleia de Freguesia.
Em comunicado, a Câmara informa que “no último quarteirão da avenida, no sentido descendente, será criada uma via reservada a transportes públicos, permitindo o acesso mais rápido ao interface rodo-ferroviário de Agualva–Cacém”.
O anúncio esquece que a Câmara comprometeu-se em 2009 a instalar nesta avenida um corredor BUS com cerca de um quilómetro, uma medida acordada com a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo no âmbito do Plano para Melhoria
da Qualidade do Ar. ■ Luís Galrão
Texto e foto de Luís Galrão, publicado no Jornal Correio de Sintra de 5 de Agosto de 2010 http://www.correiodesintra.net/
Sem comentários:
Enviar um comentário